O início da produção da cana-de-açúcar – em monoculturas escravistas, voltadas para exportação – tem em Sergipe o momento auge diferente das tradicionais províncias produtoras da cana.
Para entender como ocorreu este processo é preciso compreender que até o século XIX Sergipe tinha como principal atividade a criação de gado para o comércio interprovincial, só incorporando a cana-de-açúcar como produto importante durante o século XIX, após “desorganização da produção açucareira em determinadas regiões, como nas Antilhas, ocasionadas pelas guerras do império napoleônico e da revolta escrava em São Domingos (atual Haiti)” (SOUZA, p. 77).
O auge da produção de açúcar em Sergipe se localizou na região da Cotinguiba, onde havia o solo mais apropriado para o plantio da cana. Nesta região, vivenciou a multiplicação de engenhos açucareiros entre 1840 e 1860 (momento do início do apogeu da produção da cana em Sergipe). Após 1860, foi vivenciada a fragmentação destes engenhos, através da divisão por heranças ou venda.
Este surto de produção de cana-de-açúcar em Sergipe foi marcado pela necessidade de uma área de escoamento desta produção. Necessidade que foi um dos fatores que propiciou a criação de uma nova capital para a província sergipana. Aracaju surge, então, como a alternativa mais adequada para as exigências da nova capital, pois se localizava próximo da Cotinguiba e possuía o rio Sergipe com águas profundas que facilitavam a navegação e uma possível criação de um porto para a saída e entrada de produtos.
FONTE:
FONTE:
Anos de prosperidade e mudanças: a sociedade do açúcar e a necessidade de uma nova capital sergipana. In: SOUZA, Lindvaldo Antônio. Temas de História de Sergipe II. São Cristóvão: UFS/CESAD, 2010. p. 73-91.
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